Presidente ABC diz que "não houve venda de patrimônio" em negociação polêmica
O presidente do ABC, Eduardo Machado, convocou uma entrevista coletiva para esclarecer polêmica que envolve a negociação de uma área pertencente ao clube, próxima ao estádio Frasqueirão. O dirigente confirmou nesta quarta-feira que o Alvinegro recebeu cerca de R$ 1 milhão de uma incorporadora por um termo de intenção de compra de imóvel, no qual a empresa terá preferência para a aquisição.
- Essa diretoria não abriu nenhum processo de venda de patrimônio do clube. Nenhum processo. Nós não abrimos processo nem com a Mirantes (incorporadora), nem com qualquer outra construtora, com qualquer outra incorporadora, com nenhum fundo imobiliário. Não existe nenhum processo de venda caminhando dentro do clube. O que existe foi uma proposta que nós recebemos - falou.
- Não houve venda de patrimônio, não houve alienação do patrimônio. Não houve transação financeira dando patrimônio como garantia. Nada disso aconteceu no ABC Futebol Clube - completou.
Segundo Eduardo, a incorporadora citada ganhou em leilão, recentemente, o direito a conduzir a conclusão da obra de um prédio residencial que fica bem próximo ao Frasqueirão. A intenção da empresa é construir uma via de acesso ao edifício e, para isso, realizou proposta ao ABC para utilizar parte da área que fica por trás do módulo 3 do Frasqueirão, no estacionamento do clube.
O advogado Ênnio Ricardo Lima, vice-presidente de Assuntos Jurídicos, também participou da coletiva e endossou o discurso de que não houve qualquer venda.
- Esse termo de intenção não caracteriza venda. Ele não garante que, se eventualmente o ABC Futebol Clube, aprovando no Conselho Deliberativo qualquer negócio imobiliário para aquela área, tenha que fazer o negócio com essa empresa. Eles têm uma garantia de preferência - reforçou Eduardo.
- Eles (Mirantes) aportaram um valor para o clube como uma caução desse contrato (termo de intenção de compra). O valor que foi aportado para o clube não foi um valor de sinal de venda, não foi um valor de locação da área, do stand, da rua, de absolutamente nada disso - destacou o presidente.
O presidente lembrou ainda que "se qualquer membro da direção do ABC Futebol Clube quisesse vender a área do clube, mesmo com a aprovação do Conselho Deliberativo, eles não iriam vender. Sabe por que não iriam vender? Porque o clube está em recuperação judicial e precisa de uma autorização da justiça também para se desfazer. Se eu quiser vender uma garrafa de café da cozinha do ABC Futebol Clube, além do Conselho Deliberativo, eu preciso passar também pela juíza da recuperação judicial".
A quantia de aproximadamente R$ 1 milhão (houve desconto dos honorários do escritório envolvido na negociação) foi recebida via conta oficial do clube, segundo Eduardo, e já foi gasta.
- O dinheiro não foi para trazer Jenison e Ytalo (atacantes). O dinheiro entrou e ajudou nas despesas que o clube tem mensalmente. Folha de pagamento, honrar fornecedores, pagamento de prestador de serviços - contou.
Eduardo Machado, presidente do ABC — Foto: Augusto César Gomes